segunda-feira, 17 de maio de 2010

Marcos Visnadi

Em 1997 cinco adolescentes botaram fogo em um índio que dormia num ponto de ônibus em Brasília. Eles fizeram isso porque achavam que fosse só um mendigo. Era Dia do Índio.

Na aula de Educação Artística a gente teve que fazer um desenho que demonstrasse a união das três culturas pra formação do povo brasileiro. Eu desenhei um soldado português sentado embaixo de uma árvore comendo feijoada com uma pena na cabeça.

Minha única amiga era a empregada doméstica, que era como uma irmã pra mim e por quem eu tinha muito amor - o que não impediu que eu dissesse um dia pra ela que EU era o patrão.

Eu tinha nojo de pele negra e tinha vergonha de admitir isso.



(essa é a minha escola, vista de dentro e pela Secretaria de Educação do Estado.)

Eu editava o jornal da União Presbiteriana dos Adolescentes, da qual eu também era secretário de espiritualidade, minha primeira função pública.

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Marcos Visnadi.

2 comentários:

sejamos docemente biográficos