não tenho muita vontade de me lembrar de 1997. 18 é número ingrato pra qualquer pessoa – é uma eterna possibilidade de adulteza que nunca se concretiza. umas 7 turmas diferentes de amigos, nunca poderiam freqüentar a mesma festa. minha cabeça mesmo tinha umas 7 personalidades diferentes, cada uma bem firme nas certezas de suas opiniões.
ano de cursinho. adorava o cursinho, ficar trancafiada numa sala com 120 outros adolescentes num barco estranho, aos gritos, ao silêncio profundo, aos ranqueamentos, às paixonites ridículas, uma pra cada um dos 7 dias da semana.
mas sabe que tinha uma concentração que hoje invejo? pois sim. guardava tudo na cabeça. agora não. não mais. era boa aluna e isso bastava ao mundo. a mim mesmo nada bastava. a insuficiência de existir. isso de ter 18. eterna reclamação passageira de estar no meio, entre o limbo e o lugar nenhum. ainda escrevi uns poemas. todos os anos são dias para escrever poemas.
ano de cursinho. adorava o cursinho, ficar trancafiada numa sala com 120 outros adolescentes num barco estranho, aos gritos, ao silêncio profundo, aos ranqueamentos, às paixonites ridículas, uma pra cada um dos 7 dias da semana.
mas sabe que tinha uma concentração que hoje invejo? pois sim. guardava tudo na cabeça. agora não. não mais. era boa aluna e isso bastava ao mundo. a mim mesmo nada bastava. a insuficiência de existir. isso de ter 18. eterna reclamação passageira de estar no meio, entre o limbo e o lugar nenhum. ainda escrevi uns poemas. todos os anos são dias para escrever poemas.
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Ana Rüsche
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