terça-feira, 21 de junho de 2011

José A. Pereira

Cabelo comprido, magro, moreno, com dois pêlos rapados na cara.
Apenas a fazer uma disciplina do 12º ano em Guimarães - matemática - aprendi a gostar da coisa (ou antes, a ter alguma curiosidade e inteligibilidade sobre o assunto).
Passava os meus dias a desejar a hora do exame final para ingressar nas belas-artes, que já ia com um ano de atraso.
Seguríssimo de que não me escapava tal objectivo, mesmo com a consciência que o mínimo erro, distracção, ou falta de conhecimento, nos minutos do exame nacional, me poderiam vedar tal objectivo por mais um ano, ou para todo o sempre.
Manhãs a dormir, tardes no bar - casa do arco - a preparar o set para o fim de semana, sempre à volta dos discos, de batida tecno ou house.
Domingos na rádio Fundação a acompanhar o meu primo, esse sim percebia do legado musical.
Eu era um bétinho de all-star cor de laranja!
Lia as biografias de Leonardo, Miguel Angelo, Rafael, Rembrandt...
Com uma moeda de 50 escudos, que correspondia a 2 oportunidades de jogo sem falhar níveis, na máquina puzzle bubble do salão (onde agora está o Laboratório das Artes), dava 2 voltas ao jogo, que correspondia a hora e meia de animação feita de manípulo com a mão esquerda, botão de disparo de bolas com a direita, e correspondências cromáticas no ecrã, muita adrenalina (o único jogo que não me levava a bancarrota financeira).
Com companhia jogava bilhar.
Pensava que ser pintor me dava o privilégio de mudar o mundo com imagens, que tinha uma missão... mas a vida que levava era completamente alheia ao que acontecia à minha volta.
Zétó era como me chamavam.















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