segunda-feira, 20 de junho de 2011

Daniel Ribão

Em 1997 eu tocava guitarra e tinha 17 anos.
Tinha uma banda que se chamava Satan Klaus e uma chamada Avatar (Ainda não havia o filme, e nem a internet existia muito, por isso acho curioso lembrar do nome).
Depois dos ensaios em um estúdio tosco, saíamos de camisas pretas ao sol, comprávamos cachaça ruim e suco de abacaxi e bebíamos sentados na calçada.
Tinha um grupo de amigos que se reunia sempre para tomar cerveja, ouvir metal e discutir os grandes problemas da humanidade.
Todos os dias à tarde eu tomava, com pelo menos dois amigos, uma garrafa de vinho chapinha e comia um brigadeirão da padaria.
Às vezes a gente assistia ao Monty Python bêbados e morríamos de rir.
Eu bebia muito e tinha muito tempo à toa. Lembro que a embriaguez e a amizade eram excelentes comparsas.
Nas conversas sobre o universo, eu comecei defendendo ferrenhamente um ponto de vista "místico" mas acabei a temporada filosófica no time dos céticos. Apesar disso, não acho que mudei muito de ideia.

Além do metal, eu ia começando a conhecer outras coisas. Lembro-me do Milton Nascimento:
"Volver a los 17" era um clássico na altura, mas era mais porque coincidia com minha idade.
Outro dia ouvi de novo a canção na mesma voz, mas a sensação foi, apesar de muito forte, completamente outra.

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