quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Dimitri BR

hum ano partido

parte I

1997 me partiu ao meio. metade cá no Rio, metade lá em São Paulo. no Rio, eu; em São Paulo, Lucila. e daí ônibus, carro, até na boleia do caminhão do pai do Cláudio eu fui. em São Paulo eu era clandestino: Lucila era menor, transar na casa dos pais não podia – e daí casa de amigos, banheiro, escada de prédio.

em 1997 larguei a UFRJ. fiz teatro pela última vez e tinha agora a primeira banda que só tocava músicas originais – minhas e do Achilles. mas o amor me partia e era difícil deixar o mar.

me inscrevi no vestibular da USP. pra Lingüística – que em 1997 tinha trema. (juntar línguas e letras com Lucila.) não avisei meus pais da mudança iminente: clandestino agora também no Rio. só que prima Carol também prestou USP; saem os resultados da primeira fase, minha mãe liga pra mãe dela: “como foi Carol?” “Carol foi mais ou menos”, responde a mãe-de-lá, “mas Dimitri foi muito bem!”

estava revelado meu plano de fuga. meu plano do que era o oposto de uma fuga. em 1997 fiz vestibular pra Lingüística, com trema. na USP – na U de SP. passei. e fui.

mas aí já era 1998.


parte II

1997 passei em trânsito: boleia de caminhão, carro, ônibus. 
num desses - Ubatuba-Rio - com Hofty:

[embarque] 
“não vou poder falar por um tempo, estou compondo uma música.” 
“beleza.”

[escala em Parati] 
“terminei a música, quer ouvir?” 
“deixa eu pegar o bongô.”

mas aí já era 2013.


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