"Para onde?"
eu, suspeita e indecisa por dizer EU,
eu e o tempo como uma barricada, inimigo provisorio das minhas perguntas
a pergunta do "Será que vale a pena?"
a pergunta de "Qual é o sentido?"
"Depois de amanhã não existo", "ontem morri", "hoje desapareci"
trança cósmica da linguagem e paixões de eu-dizendo-EU em frente do mundo
julgando, questionando, manobrando fantasmas
noventa e seta, direção do abismo
15 anos, e o suicidio presentificado nos meus gestos
noventa e sete comprimidos, estranhos pós de adormecimento
Agora penso
talvez eu tenha conseguido passar de 1997
porque sua seta me levou
para fora do EU
aprendi a ler e escrever depois de 1997?
em 1997 saltei à corda do infinito?
prometi viver de bons encontros?
tudo isso e muito mais.
e também tirei o aparelho dos dentes
e pude morder a maçã como se fosse a primeira vez
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sejamos docemente biográficos